terça-feira, agosto 16, 2005
The figure a poem makes
Num famoso ensaio intitulado The Figure a Poem Makes, Frost escreve:
The figure a poem makes. It begins in delight and ends in wisdom. The figure is the same as for love.
Concordo com a terceira e última frase. A segunda, não sendo verdadeira, é aquilo que Wallace Stevens chamaria de uma ficção:
The final belief is to believe in a fiction, which you know to be a fiction, there being nothing else. The exquisite truth is to know that it is a fiction and that you believe in it willingly.
Ou, por outras palavras, toda a grande poesia, inclusive o poema de R. Frost I Could Give All To Time, é precisamente a demonstração de uma grande não-sabedoria poética: uma ficção em que se acredita voluntariamente. A (grande) poesia não responde à pergunta Como viver? ou O que fazer? (Cristo faz isso) mas dá-nos lentes para ler o mundo, e, mais importante, para ler a nós mesmos.