terça-feira, maio 17, 2005

 

Cinderela: Takes I a V


Eles são duas crianças
A viver esperanças
A saber sorrir.
Ela tem cabelos louros
Ele tem tesouros
Para repartir.
Numa outra brincadeira
Passam mesmo à beira
Sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados
E são namorados
Sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia
Como por magia
No autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo
"O meu nome é Pedro
E o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho
E respondeu baixinho
"Sou a Cinderela".
Quando a noite o envolveu
Ele adormeceu
E sonhou com ela

[Refrão]
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer,
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.

Cinderela das histórias
A avivar memórias
a deixar mistério
Já o fez andar na lua
No meio da rua
E a chover a sério.
Ela, quando lá o viu
Encharcado e frio
Quase o abraçou.
Com a cara assim molhada
Ninguém deu por nada
Ele até chorou

[Refrão]

E agora, nos recreios
Dão os seus passeios
Fazem muitos planos.
E dividem a merenda
Tal como uma prenda
Que se dá nos anos.
E, num desses momentos
Houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela
"Sabes Cinderela,
Eu gosto de ti..."

— Carlos Paião.

Via Bomba Inteligente, podem ouvir aqui a música, a letra está em cima. Obrigado à SLIH pela canção.

Em francês, Cinderela é Cendrillon, que deriva de cendres, ou cinzas. A minha Cinderela transformou-se em cinzas quando... não.

Quando eu tinha nove anos, na escola onde eu andava havia um lago de areia com uma árvore no meio. Um dia... não, assim não.

A história da Cinderela foi contada e recontada inúmeras vezes. A versão conhecida mais antiga é dada por um compilador chinês do século IX, Tuan Ch’ing-Shih. A mais conhecida é a de Charles Perrault de 1697. Nela... não, assim também não.

De facto, a versão mais conhecida é a Branca de Neve e os Sete Anões do Walt Disney. Mas não tem sapatinhos de vidro. Em frente.

G. K. Chesterton no seu Orthodoxy tem um capítulo sobre contos de fada. O argumento principal é... não, também não é assim.

Raios! Eu só queria dizer que a canção do Carlos Paião é foleira e pirosa e que eu derreto-me todo ao ouvi-la. Só isso.



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