segunda-feira, dezembro 26, 2005

 

How to Live. What to do.


O post anterior é uma desajeitada concatenação de citações. Para não aborrecer ainda mais os meus eventuais leitores noto apenas que o Como Viver, O que Fazer, é o título de um poema de Wallace Stevens.


How to Live. What to Do

Last evening the moon rose above this rock
Impure upon a world unpurged.
The man and his companion stopped
To rest before the heroic height.

Coldly the wind fell upon them
In many majesties of sound:
They that had left the flame-freaked sun
To seek a sun of fuller fire.

Instead there was this tufted rock
Massively rising high and bare
Beyond all trees, the ridges thrown
Like giant arms among the clouds.

There was neither voice, nor crested image,
No chorister, nor priest. There was
Only the great height of the rock
And the two of them standing still to rest.

There was the cold wind and the sound
It made, away from the muck of the land
That they had left, heroic sound
Joyous and jubilant and sure.


 

Para o David


It is not necessary for you to complete the work, but neither are you free to desist from it.
Pirke Avot 2:16, Rabi Tarfon (trad. de L. Kravitz, K. Olitzky)

O médico Alkmeon observou, com a douta aprovação de Aristóteles, que os homens morrem porque não conseguem ligar o Princípio com o Fim. Para nós, os que estamos no Meio, talvez novos começos não sejam possíveis, mas o Fim, para o qual caminhamos à velocidade média de setenta batidas de coração por minuto, é precisamente aquilo que nunca chegaremos a conhecer. Entretanto, como viver? O que fazer com o breve intervalo de luz na eterna escuridão da Noite que nos é concedido?

Para nós, seguidores de Cristo, a resposta é clara. Sabemos que trabalho fazer, sabemos que não o podemos completar. Também sabemos que não somos nós que o fazemos, mas Deus que o faz por nosso intermédio. Mas desde que li o aforismo do Rabi Tarfon pela primeira vez já há alguns anos atrás, ele tem ficado comigo como uma espécie de talismã para quando se torna necessário reunir forças para continuar o Trabalho, mesmo sabendo que não verei o seu Fim.

P.S: Se eu não respondi à tua pergunta, é porque já sabias a resposta.

P.P.S: Em geral não costumo responder quer aos (poucos) comentários, quer aos (poucos) emails que recebo dos (pouquíssimos) leitores deste blog. A razão principal é simples de enunciar: não tenho resposta nenhuma para dar. Mas desta vez, tinha algo para dizer. Além disso, o David é um amigo na vida real, e por isso já sabe que as minhas respostas, se as tenho, são quase sempre vastas e evasivas cicunlocuções.



quinta-feira, dezembro 15, 2005

 

Noites


São quase cinco da manhã. Mas a Noite ainda mal começou.



terça-feira, dezembro 13, 2005

 

Nomes, lugares e datas


Ainda não sabes? Estou morto. Estás a falar com um homem morto. Até poderia dizer-te os nomes, os lugares e as datas, mas que significado poderiam ter para ti?

Banda Sonora: The Triffids — Personal Things.



terça-feira, dezembro 06, 2005

 

HQFT's


A minha tese de doutoramento foi sobre HQFT's, um acrónimo para "Homotopy Quantum Field Theories." Uma HQFT é um exemplo particularmente simples de uma teoria quântica de campo mas com a vantagem de poder ser definida rigorosamente.

Quando acabei a tese, um dos meus projectos era acabar a classificação das HQFT's em 1+1 dimensões para um 2-tipo de homotopia arbitrário X. Cheguei a fazer alguns pequenos avanços (basicamente, uma descrição completa das classes de homotopia de funcões com valores em X para todas as superfícies básicas - isto é, os geradores da categoria das superfícies) mas depois abandonei o trabalho e virei-me para outras coisas.

Sexta-feira, T. Porter e V. Turaev colocaram dois papers nos arquivos electrónicos, Formal Homotopy Quantum Field Theories, I: Formal Maps and Crossed C-algebras e Formal Homotopy Quantum Field Theories, II : Simplicial Formal Maps. Ainda não tive tempo para ler com atenção os artigos, mas no primeiro, os autores estabelecem o teorema de classificação, e o segundo (apenas de T. Porter) parece conter algumas generalizações interessantes que abrem perspectivas para novas interpretações geométricas de HQFT's.

Lembro-me de ter conhecido V. Turaev há uns anos atrás, num seminário no Porto. Um homem baixinho, careca, bigodinho à Charlot e um acentuado sotaque russo. Lembro-me de um jantar num restaurante no Porto com ele, Marco Mackaay e mais umas pessoas cujo nome me escapa. V. Turaev pediu peixe. Lembro-me também que não gostei especialmente das palestras dele.



segunda-feira, dezembro 05, 2005

 

Da Solidão


A nossa solidão como a de Cristo: segura pelos pés e pelas mãos com pregos.

Banda Sonora: Leonard Cohen — Suzanne.



This page is powered by Blogger. Isn't yours?